Sobras de uma vida que falta amor
Por: Sergio Rodrigues
CONTATO: sergiorodrigues2005@gmail.com
Falta tempo, transborda dor, acumula-se saudade.
Planta-se solidão, colhem-se amores abstratos
em excesso.
Rega-se plantas de plástico, carência em carne viva.
Pedras sobre pedras, tijolos em sobra
erguendo grandes edifícios.
Sobram rugas em volta dos olhos.
Sobra indiferença da natureza
que nos trata com sua frieza sem sombra
e nos pisa com suas patas de elefante.
Sobra alimento na lata de lixo dos que tem uma conta
que transborda em dígitos.
Sobra fome na boca do mundo
que grita com fome.
Sobra fé e esperança em um Deus que é adormecido.
Amanhece em tragédias, tudo em excesso.
Pão dormido, agradecido.
E todas as preces, não são poucas.
Amanhecem sem voz ou o ouvido de Deus é surdo.
Sobra e pedaços de histórias, que não se unem mais,
tudo soterrado pela fúria do tempo que acumula nas costas
mais morte que todos os tiranos juntos.
O tempo se envaidece do poder que Deus lhe dar
Do excesso de lágrimas que solidifica.
Da sobra de comida
que não chega à boca dos que tem fome,
em excesso.
Da solidão que causa aos que tem no sangue
o DNA de forasteiro, mas que no fundo querem ficar,
com alguém ou em algum lugar, qualquer um.
O tempo orgulha-se excessivamente
da dor que causa aos que ficam depois da morte,
dos que amam.
Tudo em excesso, tudo em sobras, tudo em restos e destroços.
Sobras, nossos excessos.
sexta-feira, 9 de março de 2012
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