Por: Rodrigo Ciríaco
Vendo pó
Vendo pó...
Vendo pó...esia!
Tem papel de 10
Papel de 15, papel de 20
Com dedicatória do autor
Ainda vivo
Promete morrer cedo
Só pra valorizar a obra
Aliás, você:
Gosta de autores vivos
Ou nem mortos?
Vâmo lá, vâmo lá
Na minha mão é mais barato!
Prometo que vai
Com dedicatória e orelha
A do autor, não a alheia
Na nossa biqueira literária
Pó...esia é prato farto, mesa cheia
Deixar os malucos chapados
É nosso barato
Vendo pó
Vendo pó...
Vendo pó...esia
“Xii, corre, corre, Tio
A casa caiu”
O pré-feito
Pré-conceito de ser pó-lítico
(mal fabricado)
Não chapou no tró-cadilho
Quis dar uma de caudilho, senhor de engenho, capitão-do-mato
- calma, rapaz: toma aqui esse baseado –
Fatos reais:
Causou furdúncio, ficou bravo
Mandou guarda, jornalista, segurança
Pra quebrar banca,
armar o barraco
Exigiu alvará de funcionamento
Da biqueira!
- que doidêra –
Cagou ordem, vomitou decretos
Citou: lei orgânica
Perturbação da ordem pública
Destruição do patrimônio histórico
Código de postura do município
- que mentira, que bobeira –
Só pra destruir a nossa brincadeira
Nossa lírica zoeira, de gritar:
Vendo pó
Vendo pó...
Vendo pó...esia
E querem nos deixar apenas no
Cheiro pó
Cheiro pó...
Cheiro pó...eira
Que besteira
Nem me venha com
asneira
Meu produto é de primeira
Ninguém vai fechar
Meu bico
Nem minha biqueira
Vendo pó
Vendo pó...
Vendo pó...esia!
Rodrigo Ciríaco
Blog: www.efeito-colateral.blogspot.com
domingo, 15 de julho de 2012
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