sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

São Paulo 459 Anos.

Por: Alessandro Buzo

São Paulo é ÚNICA.
É Cinza. Ou não. Depende do ponto de vista.
SP comemora hoje, 459 anos.
Diversidade. Com certeza essa palavra também define a metrôpole.
São Paulo da Av Paulista, do Ibirapuera, de Moema, Jardins, Frei Caneca, Vila Madalena, Jd Europa.
Um mundo de luxo pra quem pode pagar, mas São Paulo é do povo.
Periferia, favela, comunidade. As quebradas é o coração da cidade.
São Paulo do Itaim Paulista, Capão Redondo, Pirituba, Jardim Brasil, Baixada do Glicério, Guaianazes, Campo Limpo, Brasilândia, Perus, Bixiga, São Matheus, Jd Irene, Real Parque, Paraisópolis, Heliópolis, Vila Prudente, São Miguel, Ermelino, Grajaú. Enfim...... toda quebrada com sua gente batalhadora, sua cultura, é parte dessa cidade muitas vezes desigual.
Terra da Gastrônomia pra quem pode pagar, seus melhores restaurantes não são pro bolso da maioria.
Mas o povo vai de churrasco, cerveja e samba. Mas vai também de RAP, funk, Axé, sertanejo, forrô.... na hora de curtir um som é assim, tem pra todos os gostos.
Um dia terra da garoa, hoje da enchente. Como sofre nossa gente.
São Paulo não para, mas não tem transporte 24 horas.
São Paulo é moderna, mas a repressão policial nas periferias é antiga e vivemos em tempos de bala e sangue.
Mas São Paulo com tanta gente, para no trânsito muitas vezes, povo sofre com transporte coletivo caro e cheio.
Quem diz que na periferia não da pra curtir: - Mano (e mina), chega ai.
A periferia tem seu lado cultural, a cena é grande.... Hip Hop, saraus, circo, teatro, dança e um exército de guerreiros e guerreiras que ousaram viver em vez de só sobreviver.
Falta apoio, patrocinio e muitas vezes estrutura, mas nunca vontade e disposição.
São Paulo é tudo isso e muito mais.
Existe muito amor em SP, mas como todo lugar cinza, com uma polícia violenta, com jovens que poderiam estar na faculdade sendo recrutado pelo crime, com a desigualdade social. Muitas vezes parece que nem existe mais amor.
Mas o cartaz na parede grita: MAIS AMOR POR FAVOR.
É bonito a Paulista no natal, as luzes no Ibirapuera.
Mas deveria ser bonito também no Jardim Rosana, Jardim Romano.
A cidade é uma só. Nas ruas e nos farois, todos se cruzam.
Os ricos e os pobres.
O bom e o mau.
Só existe Paraisópolis porque ali mora a mão de obra do Morumbi.
Mas se a pessoa paga mais num almoço do que de salário da BABÁ que cuida do seu filho, um dia essa desigualdade cobra seu preço.
Enquanto a pessoa for segurança e a carteira dele estiver vazia, vai dar espaço.
Não sou pessimista, não quero botar o terror.
Vomitar algumas verdades no dia do aniversário pode parecer pessimismo.
Mas não é nada disso, só que eu vivo na São Paulo por inteiro.
Quando tenho um corre, um trabalho na Av Paulista, num bairro nobre, numa faculdade. Sim, gosto dessa São Paulo também.
Mas gosto da favela desde antes de se chamar comunidade.
Sou mais um futebol de várzea, um pastel na feira, o boteco da esquina.
Cresci nesse mundo, faço parte dele.
VC sai da favela, mas a favela nunca sai de VC, sabe porque ? Pela sua origem.....
Sou nascido e criado no Itaim Paulista, amo esse lugar e sua gente. No fundão da leste é meu bom lugar.
São Paulo precisa resolver seus problemas, trânsito, transporte coletivo, saúde, coleta seletiva.
Precisa campanhas pra não se jogar lixo nas ruas, precisa combater o CRACK.
Não só maquiar os problemas pra receber Copa do Mundo, a COPA dura 30 dias e nós vivemos em São Paulo 356 dias por ano.
Desculpa qualquer coisa, mas quero poder escrever palavras mais bonitas, quando São Paulo completar 500 anos.
Mas a gente ama essa cidade com todos seus problemas.
Vai entender ? O amor é cego ?
Não, São Paulo tem muita coisa boa.
Lembro uma vez, eu cruzava o Viaduto do Chá, sem um real no bolso, sem dinheiro nem pra almoçar. Foi nesse dia que pensei.
- Se EU não der certo nessa cidade gigante, com todas suas possibilidades, vou ter sucesso onde nesse mundo. Encarei a cidade de frente e vivi suas ruas, noites, dias.
Sempre de forma intensa, amei, briguei.
Posso dizer, com autoridade de 40 anos de São Paulo.
TE AMO.
Parabéns São Paulo, 459 anos.


Alessandro Buzo é escritor.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

ESSE CARA SOU EU.

Liquidificador
Por:
Alessandro Buzo

Peguei tudo que a sociedade me ofereceu.
Escola pública.
Saúde pública.
Transporte coletivo.
Esgoto a céu aberto na infância.
Roupas..... que a minha mãe ganhava das patroa.
Peguei tudo isso, bati no liquidificador.
E sobrou........... EU !!!!


Alessandro Buzo é escritor e apresentador TV

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Livro "Guerreira" de Alessandro Buzo vira TESE de faculdade na Argentina.


Claudia Ruarte e Alessandro Buzo


Claudia Ruarte e o livro "Guerreira"

Ontem (segunda, 14/01/13) recebi na LIVRARIA SUBURBANO CONVICTO a amiga Claudia Ruarte de Córdoba (Argentina).
Ela está fazendo a sua TESE DE FACULDADE com base na minha obra "Guerreira" (Global Editora, 2007).
Ela acompanha meu trabalho desde quando sai na CAROS AMIGOS/LITERATURA MARGINAL. Gosta demais dos textos "Toda Brisa Tem Seu Dia de Ventania" e "TENTAÇÃO".
Ontem a gente se conheceu, mais ainda vamos nos encontrar outras vezes.
Ela fica no Brasil até dia 23 pra conhecer o SARAU SUBURBANO dia 22.
Fico honrado de minha OBRA ser TESE de FACULDADE.
Já participei de algumas TESES sobre LITERATURA MARGINAL, mas baseado apenas na minha obra e trajetória, é a primeira vez.
Quando a gente escreve e publica um texto (Crônica), um romance e publica, a gente não pensa direito de onde isso pode chegar, quando surge resultados como esse, é gratificante, uma forma de reconhecimento.
Valeu CLAUDIA, tamo junto.
Alessandro Buzo
www.buzo.com.br


Evandro Borges, Claudia Ruarte e Buzo


Marilda Borges, Claudia Ruarte e Buzo


Guerreira, um romance de Alessandro Buzo
Global Editora


R$ 25,00 + R$ 5,00 (frete), na Livraria Suburbano Convicto.
Rua 13 de Maio, 70 - 2o andar
Bixiga
11 2569-9151
suburbanoconvicto.blogspot.com

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

VC conhece a única Livraria do país, especializada em Literatura Marginal ??? Faça uma visita.....

LIVRARIA SUBURBANO CONVICTO
Especializada em Literatura Marginal



LIVRARIA SUBURBANO CONVICTO
Especializada em Literatura Marginal



Toda terça-feira, das 20h às 22h tem SARAU SUBURBANO (poetas e mc´s), entrada gratís.
* A Livraria Suburbano funciona de segunda a sexta, das 10h às 19h

Trabalhamos com LIVROS, Cd´s, DVD´s, camisetas Suburbano Convicto, Bonés, ROUPAS E ASSESSORIOS de Hip Hop e produtos da Laboratório Fantasma.
Além da nossa BOMBONIERE (cerveja, refri, agua, chocolates)...


Venha fazer uma visita, dê livro de presente.

* Vendemos via BANCO X SEDEX pra todo país.
suburbanoconvicto@hotmail.com



Rua 13 de Maio, 70 - 2o andar
Bixiga (a 10 minutos do metrô Anhangabaú).
11 2569-9151

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FREQUENTADO POR GRANDES NOMES DO RAP NACIONAL



Dexter


Tubarão DuLixo, Criolo, Emicida e Buzo



A Livraria Suburbano Convicto é de propriedade do escritor e apresentador TV "Alessandro Buzo"
www.buzo.com.br

domingo, 13 de janeiro de 2013

RAP x RAP. Ponto pro sistema.

Por: Alessandro Buzo

Música é universal.
Claro que tem música boa e música ruim. Mas o que é bom pra VC pode não ser pro seu amigo, seu vizinho, enfim.... pra outra pessoa.
O princípio da sabedoria e boa convivência é VC respeitar o proximo.
OK, VC respeita ? Então tem todo o direito de não gostar, basta simplesmente respeitar.
Música é igual futebol.
Que graça teria se todos torcerem pro mesmo time ? Nenhuma.
De quem a gente vai tirar barato, de quem a gente vai dizer que esse ano o meu foi melhor que o seu, desfilar com orgulho com a camisa.
Mas precisa respeitar, porque ficar brigando na rua, no metrô, se matando.... enquanto os jogadores estão milionários, de carro importado não vira.
Então respeitando que eu sou PALMEIRENSE e o outro é corinthiano, santista, são paulino.... tendo respeito, tirar um barato faz parte da graça do futebol.
Mas o assunto aqui é música e não esporte.
Lembro de uma cena, eu tinha machucado gravemente minha perna no engate do trem (LINHA VARIANT na Zona Leste de SP, hoje Linha F), estava em casa de atestado.
Era Office Boy no escritório (contabilidade) de um conhecido do meu pai.
Estava de repouso e afastado a uma semana.
No sábado (segunda ainda não voltaria).... véspera do dia dos pais, fui do Itaim Paulista até São Miguel (de BUZÃO), pra comprar o presente do meu pai, o comércio do Itaim era fraco na época e esse tipo de coisa, presente, a gente comprava ou em São Miguel ou no Brás.
Quando voltei, com o viníl SERTANEJO 86 pra presente, foi eu entrar em casa e meu pai falou um monte, que eu estava doente pra trabalhar, mas pra sair eu não estava, que eu isso, aquilo.
Nem esperei o domingo, sábado mesmo, naquele momento, eu dei o presente: - Só fui ali comprar o presente do Dia dos Pais.
Ele pediu desculpa, mas marcou. Menos do que anos seguintes que ele foi embora e no dia dos pais só tinha um vazio, esses outros vários anos doeu mais que 1986.
Nessa época a gente comprava viníl, não existia CD ainda.
Nem DVD, era só VHS e como sempre fui pobre, nunca pude comprar um vídeo cassete, era artigo de luxo.
Muita gente no Itaim Paulista onde eu morava, comprava disco de novela da Globo.
Os NACIONAIS porque tinha as musicas da moda e os Internacionais porque tinha as música lenta que a gente dançava nas festinhas de aniversário da Rua 5 no Jardim Olga.
Quantas menininhas eu ganhei xavecando durante a lenta.
Eu comprava samba e rock. Almir Guineto, Zeca Pagodinho. Ultraje a Rigor.
Gostava dos dois ritmos, rock nacional (ou não) e samba.
Titãs, IRA, Barão Vermelho, Kid Abelha. Leci Brandão, Fundo de Quintal.
Cheguei a ir em shows de ROCK, Guns Roses no Anhembi, Hollywood Rock no Morumbi, show do Golpe de Estado. Samba eu vi nessa época ao vivo, o FUNDO DE QUINTAL uma vez no Texaco do Itaim.
O Hip Hop e o RAP nem existia.
Eu odiava sertanejo. Funk carioca e o original, não conhecia nenhum dos dois.
Por muitos anos eu fui radical, criticava o que eu não gostava, geralmente forró e sertanejo.
Quando venho os NOVOS SERTANEJOS, descobri que gostava dos antigo que meu pai ouvia, Tião Carrero e Pardinho, Milionário e José Rico entre outros.
O novo era o que levaria o sertanejo pra todo país, inclusive pras capitais como São Paulo.
Mas o novo sertanejo nunca me agradou.
Com o samba foi a mesma coisa, o de raiz, o partido alto, ficou um tempo pra escanteio e surgiram dezenas ou centenas de grupos de pagode. A maioria ruim e eu não curtia.
Uma vez, lendo a entrevista da Leci Brandão na RAP BRASIL, comecei a refletir.
Ela disse que não era chegada nesse novo pagode, mas que depois que eles surgiram, elevou o nível dos cachês, dos translados (avião, van), das hospedagens. Eles deram uma roupagem nova as contratações e a velha guarda estava se beneficiando disso.
Conheci de fato o Rap, quando saiu o CD "Sobrevivendo no Inferno" dos Racionais Mc´s e o CD USUÁRIO do Planet Hemp.
Não vou ficar pagando que era da São Bento que eu não era.
Quando esses dois cd´s me chamaram a atenção eu passei a ouvir RAP e fui descobrindo um monte de outros grupos.
Antes todo mundo me dizia que era música de bandido.
Um mundo surgiu pra mim. Esses artistas do RAP cantavam o que eu vivi a vida toda no Itaim Paulista (anos 70, 80 e 90), eles falavam a minha língua e eram mais proximos, dava pra ir nos shows, conhecer alguns deles.
As bandas de Rock Nacional que eu curtia eram muito distantes.
O Rap era ali do lado, tinha grupo até do Itaim Pta.
O primeiro show de Rap que eu fui, foi na rua em frente a Favela do Boi no Itaim Paulista, só grupos da quebrada cantando em cima de um caminhão, não um trio elétrico, um caminhão desses de depósito de construção, a carroceria era o palco e o som precário.
Comecei a ler tudo que eu encontrava de RAP, que basicamente era o Jornal Estação Hip Hop do Aduanias da Luz (que depois eu conheci) e as primeiras RAP BRASIL (depois cheguei a trabalhar na revista).... lia tudo e cada vez conhecia mais gente.
No Estação Hip Hop li quando o Mano Brown foi na ABEVIC, uma ONG na Zona Leste. Quem levou ele foi o ELI EFI (DMN), hoje mora nos Estados Unidos.
Nessa época (2001) eu divulgava meu primeiro livro (hoje são dez)... O TREM - BASEADO EM FATOS REAIS.
Chegou na minha mão um panfleto que o MV BILL iria na ABEVIC, eu tinha saído falando do meu livro na Rap Brasil numero 7, com MV BILL na capa. Desde então (li toda a revista, inclusive a entrevista do Bill), era louco pra conhecer ele e o BROWN.
Decidi que iria na ABEVIC e chamei um mano pra ir comigo (Carlinhos do Boné), fomos de condução, duas van que era meio fora de mão.
Chegamos lá conheci o ELI EFI e percebi o quanto ele era influente e articulado, dei um livro de presente pra ele. Mas o MV BILL tinha cancelado. Na verdade o show que ele faria em SP cancelou e na ABEVIC era um corre extra, aproveitando o show.
Voltei chateado de não ter conhecido o BILL, mas feliz de ter conhecido o ELI EFI.
Fui me envolvendo no RAP.
Fiquei amigo do RZO porque meu livro do trem tinha a letra da música O TREM do RZO, o Sandrão até foi no lançamento (dez/2000), sem eu ser nem conhecido na cena.
Passei a frequentar a LAJE DA CASA DO HELIÃO, que foi minha faculdade de RAP.
Lá conheci grandes nomes do Rap Nacional, a FAMÍLIA RZO era grande.
Paralelo a isso, fiquei amigo do Tribunal Mc´s (junto com o Alerta Vermelho, os principais grupos de RAP do Itaim), nessa época foi a melhor formação do TRIBUNAL com Frann, Du Loko, Ronaldo e DJ (Law, Da Antiga), back vocal de MOLA e 16.
Fui em muitos shows do Tribunal Mc´s, cheguei a trabalhar com eles, assessoria e venda de shows.
Hoje praticamente conheço "quase" todo mundo que faz RAP, conheci os grandes nomes e sou amigo pessoal da maioria. Nem vou cittar nomes, mas quase todos mesmo.
Vi o auge do RAP, shows lotados, tocando sem parar na quebrada.
Sempre reprimido e forte, quanto mais reprimia, mais forte ficava.
O Facção Central surgiu com força a partir do momento que PROIBIRAM (Ministério Público) seu vídeo clipe por APOLOGIA AO CRIME, mostrava cenas de sequestro relampagos.
A mídia não falava de RAP e quando falava era pra criticar.
Pra uma grande maioria de grupo, o RAP nunca deu dinheiro e isso afastou alguns.
Tinha pouca mulher nos eventos de RAP e isso afastou outros, tinha muita polícia enquandrando quando tinha show, perdiamos mais alguns simpatizantes.
Teve também a febre de todo moleque que curtia RAP querer montar um grupo e existia milhares de grupos e claro que muitos sem condições, sem talento. Outros nem tão ruins, mas era grupo demais, muito grupo pra poucos show e claro que não teria como todo mundo ganhar dinheiro com o RAP.
O tempo do auge passou e venho a crise, o RAP deu espaço pra outros estilos na quebrada, vieram ritmos modinhas um atrás do outro, o povo queria LAMBADA, não rima pesada.
Modinhas foram e vieram e o RAP mesmo sofrendo, sobreviveu, porque não era MODA, era uma CULTURA e um MOVIMENTO URBANO e não estava mais só em SP, RJ, DF.... havia ganho todo país.
O RAP sobreviveu.
E de uns 3 anos pra cá, ficou forte de novo.
Além dos monstros sagrados que ainda estão na caminhada, pra citar 10 citaria Racionais Mcs, Realidade Cruel, GOG, Rappin Hood, Z´Africa Brasil, Facção Central, Ndee Naldinho, MV Bill, Dexter, entre tantos outros que seguem revolucionando através das letras, eu mesmo virei escritor inspirado no RAP.
Além desses que sempre irão ter seu espaço, surgiram a nova geração, natural em qualquer movimento que dura a 30 anos.
Essa nova geração não cresceu na periferia dos anos 70, 80.... não enfrentou os mesmos problemas, não morou com esgoto a céu aberto, essa nova geração venho tudo ligada na internet e fizeram dela uma arma poderosa.
O Rap voltou a ser tocado nas quebradas, mesmo competindo com o FUNK PAULISTA (tipo o carioca)....
Fora os enlatados da mídia que nunca deixou de surgir, o novíssimo sertanejo que virou universitário e a porra toda, mas o RAP, mesclando a VELHA ESCOLA da NOVA, conquistou espaço importante nos grandes eventos, na mídia e voltou a ser forte.
A importancia da nova geração não pode ser desprezada, nem o alicerce da velha.
Juntos eles fizeram o RAP FORTE de novo.
Mas, mesmo estando no Século XXI, no ano de 2013, ainda estamos sofrendo.
O que tem roubado a brisa é uma parte do público do RAP que curtia os VELHOS MONSTROS SAGRADOS e não aceita o NOVO.
Fica usando sua força pra postar que fulano é MODINHA, beltrano é VENDIDO, outro é ISSO, o outro AQUILO.
Nós contra nós mesmos é fácil de saber quem perde. NÓS MESMOS.
A elite, o sistema agradece.
Falta respeito, na rede social todo mundo é valente, tem o poder de cobrar.
Eu aprendi a mesmo não curtindo, aceitar que milhares de pessoas gostam de sertanejo, enlatado, forró etc.
Eu não curto, mais respeito.
Se eu respeito quem faz música que eu jamais ouviria por livre e expontânea vontade, mas ouço porque o vizinho ouve, na rua toca. Porque eu não iria respeitar quem é do mesmo time que eu, do HIP HOP, do RAP.
Meu célebro graças a Deus cabe a VELHA e a NOVA geração e consigo ser fã e amigo de vários deles (antigos e novos).
Mas tudo bem..... vc só curte GANSTAR, só curte A e B, OK..... nenhum problema, só respeita o C e o D.
Ficar criticando os novos MC´s com a maioria dos jovens da quebrada ouvindo funk sem conteúdo.
OK, vamos respeitar quem curte.
Precisa misturar pra evoluir, não ficar criticando fulano e beltrano, porque não canta a favela..... ou será que ele canta e vc e seu preconceito nem se deu o trabalho de ouvir.
Ta bom, falta assunto pra vc no FACE e mais fácil é dizer que o CARA TAL é MODINHA.
Não perca tempo com isso e saiba que quem perde é o RAP.
Ontem eu assistia o reprise do Manos e Minas com o PROJOTA, umas novinhas na primeira fila cantavam cada letra, uma delas me chamou a atenção. Ela cantava PROJOTA e vestia bombeta da DRR, quer mais mistura que isso ?
Agora uma pergunta, se ela não curtisse EMICIDA, RASHID, PROJOTA, com certeza (ou quase) elas iria curtir sertanejo ou funk. O RAP iria perder mais um jovem.
ACORDA RAPAZIADA, vamos ser mais RAP e menos BLA BLA BLA.
Se vc só curte os VELHOS, respeita os novos e vice versa, um dia vc acaba vendo que é tudo RAP e cada um tem a sua importancia.
Mas se VC quer criticar alguém, se isso é maior que vc. Abaixo 10 assuntos pra vc criticar.
1 - Bancada da Bala (PM´s eleitos vereadores).
2 - Mensalão
3 - Paulo Maluf
4 - Collor
5 - Saúde pública
6 - Transporte coletivo
7 - Chacinas na periferia
8 - Salário dos políticos
9 - CACHOEIRA
10- LALAU
Só pra citar DEZ....
Voçê focando sua IRA nesses dez assuntos acima, vai ganhar a sociedade e o RAP ÚNICO agradece.
Nóis contra Nóis quem ganha é o sistema.

Alessandro Buzo
escritor

www.buzo.com.br

sábado, 12 de janeiro de 2013

ELE É O CARA DO POVO. ZECA PAGODINHO.


Por: Alessandro Buzo

Começo de ano, como sempre tragédias anunciadas acontecem. Hora num lugar, ora noutro.
O lugar mais afetado (MUITO POR CULPA DA FALTA DE COLETA DE LIXO NA TROCA DE PREFEITURA, ACONTECEU EM MUITAS CIDADES DO PAÍS).... enfim....
O pior ficou para XERÉM, na Baixada Fluminense.
Poderia ser em São Paulo, num Jd Romano da vida, e em tantas outras comunidades desasistidas pelos políticos que só sabem pisar no barro quando é eleição.
Como já cantou BEZERRA DA SILVA: - E lá usou, lata de goiabada como prato, eu logo percebi é mais um candidato, para as proximas eleições........
É a realidade.
Mas Xerém tem um filho ilustre e ele estava lá, pisando no barro junto, arrecadando coisas, abrindo sua casa pra receber desabrigado.
Porque ? Se ele poderia estar num apartamento confortável na zona sul do Rio de Janeiro, de frente pro mar. Porque ele prefere estar no meio do povo, ele é do povo, ele é nosso.
É O CARA, o cara do povão.
Ele é o Zeca Pagodinho.
Eu que sempre fui fã e admirei a postura, agora sou mais fã ainda.
Único que tem a moral de tomar uma gelada cantando de domingo na TV.
Tive o prazer te ver 1 show dele "Ao Vivo" a alguns anos, no Anhembi em SP, como canta, e a banda.... impecável.
Ainda não tive a honra de conhecer pessoalmente, apertar sua mão.
Mas um dia a gente se tromba nesse mundarel de Deus.
Lembro de uma passagem no trem, eu ferrado, sem um único real no bolso, trem hiper mega lotado, calor insuportável. Eu e o Pelê, trocando uma idéia, falei pra ele: - Tô cansado disso tudo.
Na periferia essa frase, pode ter vários significados.
- Tô cansado disso tudo. PODE SER.....

- Tô cansado disso tudo. Preciso arrumar um trabalho mais perto.
- Tô cansado disso tudo. Vou vender droga e ter dinheiro, carro, mulheres.
- Tô cansado disso tudo. Preciso trabalhar por conta.
- Tô cansado disso tudo. Vou meter o OITÃO na cara dessa playboyzada.

Pelê olhou pra mim, tirou um dos seus 2 fones de ouvido e disse: - Vê se essa idéia não é quente.
Colou o fone no meu ouvido e o Zeca Pagodinho cantava: - Mas eu sei que essa minha vida, não é vida pra um ser humano viver, pode crê.
Assim que eu ouvi, eternizou no meu pensamento, era exatamente isso que eu estava vivendo naquele momento, o que queria dizer quando disse: - Tô cansado disso tudo.
Vi o ZECA PAGODINHO (como seu quadriciclo), andando o meio do barro pra cima e pra baixo ajudando as pessoas dizer num tele jornal: TENHO NOJO, TENHO NOJO DESSES POLÍTICOS AI.....
Valeu Zeca, de novo vc disse tudo.
SEU FÃ
Alessandro Buzo
www.buzo.com.br


terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Literatura (é) a Cura. Meta: Ler 60 livros em 2013 (Alessandro Buzo).....

Acabei de ler "Acorde Um Verso" do Michel Yakini do Elo da Corrente.
Muito bom, melhor de poesia dos ultimos que lí.
Texto no final do Allan da Rosa também é bem interessante, longo demais, mais bem interessante.
Vale a pena conferir a obra. #INDICO


Livros que Alessandro Buzo leu em 2013.

(01) - A CALIMBA E A FLAUTA de Allan da Rosa e Priscila Preta. (Edições Toró - 48 paginas)
(02) - Acorde um Verso do Michel Yakini. (Elo da Corrente Edições - 80 paginas)

Estou lendo.....

FARTESIA da Luiza Borba e na fila "Porque Resisti à Prisão" de Carlos Marighella.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Resenha do livro: PANFLETO de Junior Perim.

Por: Alessandro Buzo




O ultimo livro que li em 2012 foi Panfleto de Junior Perim (Aeroplano Editora - 196 paginas).
Gosto muito da Coleção Tramas Urbanas, porque traz a biografia de grandes militantes da cultura em todo país.
Junior Perim é um desses exemplos de superação. Vindo da periferia do Rio de Janeiro, hoje é um dos agitadores culturais mais ativos da cidade maravilhosa com seu projeto Crescer e Viver. Ele tem um CIRCO SOCIAL.
Seu projeto hoje tem apoio da Petrobras e falando assim é fácil dizer: - Com apoio da Petrobras é fácil fazer cultura.
Ta bom..... se você é um dos que pensam assim, leia Panfleto de Junior Perim , e veja como foi sua trajetória.
Se emocione com dificuldades superadas. E veja que nada é fácil, do céu só cai chuva.
Crescer e Vencer nasceu em São Gonçalo, na Escola de Samba Porto da Pedra. Depois teve que seguir sua trajetória paralelo a ESCOLA DE SAMBA, chegando até o CIRCO hoje na Praça Onze na região central do Rio de Janeiro.
Uma das melhores histórias é o dia que a lona ia sendo levantada e chegou uma pessoa responsável pelo terreno com a polícia. Nesse capitulo você vê o tão maluco Perim é. Vai pro arrebento.
A cerveja que ele pediu sem um real no bolso, nem pra cerveja, nem pra condução, depois de ver a lona levantada, como foi difícil conseguir a LONA, cada passo e conquista foram suados.
Esse livro vale a pena por mostrar que com luta, inteligência e uma dose de ousadia, é possível transformar sonhos em realidade.
Estive com Junior Perim a pouco menos de um mês no RIO e depois no ultimo Sarau Suburbano de 2012, recebemos ele em São Paulo pra lançar essa obra. Um cara no mínimo original.
Um livro de lutas. Eu indico.


Buzo e Junior Perim em SP, dezembro de 2012.


Buzo e Junior Perim no RJ, FLUPP 2012, novembro.

Literatura (é) a Cura.

O ultimo livro que li em 2013 foi Panfleto de Junior Perim (Aeroplano Editora - 196 paginas).
Décimo terceiro livro em 2012.
MUITO, mas muito abaixo dos anos anteriores. O motivo é visível.... eu nunca tive carro, comprei meu primeiro em novembro de 2011. Nas conduções era onde mais eu lia. Passando a andar de carro perdi o foco na leitura. No final do ano passei a ler mais, só que ainda é pouco.
2013 isso muda e o primeiro livro do ano foi A CALIMBA E A FLAUTA de Allan da Rosa e Priscila Preta. (Edições Toró - 48 paginas)
FELIZ 2013 com mais leitura.




Livros que Alessandro Buzo leu em 2012.


(01) - ANTOLOGIA "Coletivo Perifatividade", coletânea. (Independente - 98 paginas)
(02) - O Hip Hop Está Morto - A História do Hip-Hop no Brasil de "TONI C" (Literarua - 152 paginas)
(03) - O X da Questão do Eike Batista. (Primeira Pessoa - 160 paginas)
(04) - Pequeno Caderno de Um Calhorda Bem Resolvido de Marcelo Nietzsche (Selo Maloqueirista, 66 paginas)
(05) - Antologia Marginal - Baseado de Ponta (coletânea - 136 paginas)
(06) - Nós Somos Todos Iguais (coletânea do Abrigo Casa das Expedições - 48 paginas)
(07) - ERÊZIAS de Aline Turim (Malantrin - 36 paginas)
(08) - Clube da Insônia do Tico Santa Cruz (Belas Letras - 104 paginas)
(09) - Deus foi Almoçar do Ferréz (Planeta - 240 paginas)
(10) - BIG JATO do Xico Sá. (Companhia das Letras - 184 paginas)
(11) - Praga de Poeta do Victor Rodrigues (Poesia Maloqueirista - 76 paginas)
(12) - Sumo Bagaço do Thiago Cervan (Poesia Maloqueirista - 70 paginas)
(13) - Panfleto de Junior Perim (Aeroplano Editora - 196 paginas)