Literatura (é) a Cura

Acabo de ler o quinto livro do ano de 2020, trata-se de: Mães de Acari - Uma história de protagonismo Social, de Carlos Nobre (Editora PUC Rio - 220 páginas), o movimento nasceu depois que em 1990, 11 pessoas, 8 adolescentes e 3 adultos, da Comunidade de Acari, ou frequentadores, foram sequestrados num sítio em Magé (certo que por policiais) e seus corpos nunca foram localizados.
O fato de 11 famílias não terem um corpo pra sepultar, fez nascer as Mães de Acari, que bateram de frente com policiais e grupos de extermínio da Baixada Fluminense, inclusive uma das mães foi assassinada. Um história de luta, que levou elas a terem protagonismo na luta pelos direitos humanos e são reconhecidas até internacionalmente.
Importante ler, pra conhecer a história delas e dos 11 desaparecidos, e perceber como a policia na sua maioria, não estão a serviço da justiça, principalmente no Estado do Rio de Janeiro, onde ontem eram os grupos de extermínio e hoje atua descaradamente, inclusive com a ligações com a família presidencial, os milicianos.
Os números de chacinas no RJ são lamentáveis, Chacina da Candelária, 8 mortos, Chacina de Vigário Geral, mais de 20 mortos, chacina de Nova Iguaçu/Queimados, outros tantos mortos em 2005.



Os 11 de Acari:

Rosana Souza Santos, 17 anos – filha de Marilene Lima e Souza;
Cristiane Souza Leite, 17 anos – filha de Vera Lúcia Flores;
Luiz Henrique da Silva Euzébio, 16 anos – filho de Edméia da Silva Euzébio;
Hudson de Oliveira Silva, 16 anos – filho de Ana Maria da Silva;
Edson Souza Costa, 16 anos – filho de Joana Euzilar dos Santos;
Antônio Carlos da Silva, 17 anos – filho de Laudicena Oliveira do Nascimento;
Viviane Rocha da Silva, 13 anos – filha de Márcia da Silva;
Wallace Oliveira do Nascimento, 17 anos – filho de Maria das Graças do Nascimento;
Hédio Oliveira do Nascimento, 30 anos – filho de Denise Vasconcelos;
Moisés Santos Cruz, 26 anos – filho de Ednéia Santos Cruz;
Luiz Carlos Vasconcelos de Deus, 32 anos – filho de Teresa Souza Costa.