Por: Manogerman
Existe em qualquer periferia.
E nas proximidades da burguesia.
E um menino a perguntar.
Que culpa me tem?
Fiquei-me dentro de uma barriga.
De uma mulher que não era rica.
E que transou com um homem que juntava lixo.
Que tinha um espírito fraco e impulsivo.
Os dois eram moços com o destino ocioso.
Quando me entendi por gente.
Todos me olhavam com maldade.
Só porque não escovava os dentes.
Meu cabelo não via pente.
E assim seguia em frente.
As oportunidades que a vida me trouxe.
Logo as perdia, pois todos já sabiam.
Nasci filho de mãe solteira e vivo num barraco de goteira.
Quem vê cara não vê coração.
Mas realmente morava num barracão.
Os colegas não podiam me ajudar, mas naquela altura.
Era com eles que convivia.
Chamavam-me para qualquer aventura.
E ninguém me deu valor
Quando engraxava o sapato de um doutor.
Tinha que entrar na moda usar bombeta e não ser careta.
Curtir samba de roda e rock de quebrada.
Acender uma bamba e ficar a pampa.
Sair fora da rodada... Nego! Você dança.
E quem não entra fica na manha.
Que ninguém estranha.
E a vida é para homem de aço.
O trabalho é escasso.
Fui procurar ajuda talvez do espaço.
Falei com o padre e tomei um nocaute.
Fui até o candomblé me deram um olé.
No centro espírita me disseram pra levar a vida na esportiva.
Encontrei um pastor que por mim orou.
E no meu humilde aposento a comida acabou.
Meu DEUS! Quem eu sou?
E a vida me obrigou a viajar e pegar para me sustentar.
É a favela nela a vida é uma fera.
Espera o que nunca vem.
E o que se tem são ferimentos e sofrimentos.
Existe gente de bem.
Quer embarcar no trem da alegria.
E viver com harmonia.
Mas para os olhos de outrem.
Ali não vive ninguém.
Não importa onde e como você esta.
O importante é que temos a vida para se amar.
E algo para se apegar, ter um idealismo.
Favela Lugar de gente sofrida.
Dizem que só tem bandido
O coração fica ferido.
E daí a vida é airada
Na favela tem gente que trabalha
E daí tem a vida que é foda.
Tem o pessoal do Hip Hop
Este é o som que fala
Não é nenhum som pop.
Este é o som que fala dos problemas
Quer apontar a solução
Que todos querem é educação
É do gueto que é deste jeito
É de sangue na veia
É do pensamento.
Ë do elemento e tem o conhecimento.
Grafite, Dj e Mc’s nós somos assim.
O som que veio da comunidade
Como uma pequena ilha
O som que tem a sua Gíria.
Bate-cabeça é nosso estilo.
E o gênero é Rap positivo.
B.boy chapo a coco com rap no pé.
Mostrar para os Gambé que temos fé.
Não tem problema
O Rap é arte e poema
Fica a Pampa que ninguém estranha.
É isso ai embaçado e fim de papo.
Germano Gonçalves - O urbanista Concreto
ggarrudas@hotmail.com
terça-feira, 16 de novembro de 2010
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