Por: Manogerman.
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Quando apareci.
Para o mundo
Fui convidado
A pegar um cigarro, do medico ao lado.
O enfermeiro me mostrou uma lista.
Com vários tipos de uísque.
Não me hesitei e logo aceitei.
Quando eu nasci.
Chorei, gritei!
Pro mundo
Que não queria participar
Do seu assunto.
Quando cresci.
Entrei para faculdade, na maior dificuldade.
O diretor me convidou.
Dando-me uma passagem.
Para estudar na Europa qualquer bobagem.
Foi quando descobriu, que eu já viajava.
Ganhei de presente uma garrafa de cachaça
Da mina com quem eu transava.
Com a cabeça feita, para não dar bandeira.
Fui parar na estrada.
Fazer protesto pelado, com os cães ao meu lado.
Preocupados com meus pensamentos
Sem paz em nenhum momento.
Urinei sobre praças e monumentos.
Não entendia um tal de documento.
Alistar-me para ter aborrecimento.
Casamento de sacramento.
Fui hippe e budista, católico apostólico.
Construí meu próprio diretório.
Senti que a salvação estava em minhas mãos.
Nunca liguei para patrão.
Conheço a palavra sim e a não.
E que para tudo tem um perdão.
Não seja covarde meu amigo ou irmão.
Siga seu próprio caminho.
Faça acontecer seu destino.
Quando envelheci abri.
A porta dos fundos e corri.
Gritei pro mundo, que vi.
Toda sujeira que aprendi.
Com eles que sempre me diz.
Cuide do seu nariz.
E eu lhes perguntava pra que mentir.
E agora por onde eu andar.
Sempre vou ter dó de quem amar.
Desculpe-me, mas tenho que viajar.
Talvez uma longa viagem para não mais voltar.
E lá posso comprar um jornal para eu vomitar.
Sei que ainda vou almoçar.
Com certeza não vai ser caviar.
Pode ser um latão de lixo, transbordando restos fedidos.
Tomar um banho descente
Escovar meus dentes.
E procurar me repousar.
Apenas descansar, pois eu não morro.
Louco eu corro pra lucidez.
E da onde eu estiver começo tudo de novo.
Com o copo de álcool me embriagar.
Sonhar com a noiva a louca.
O mundo transforma as pessoas boas.
Mas que culpa tenho eu, que me vejo.
Como um tolo que tem medo.
Não quero estragar, você pode festejar.
Só quero um lugar para me deitar.
Vou usar o meu melhor paletó.
Eu já fiz o que tinha que fazer
Agora é com vocês.
Germano Gonçalves - O urbanista concreto
(escritor)
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
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