Por: André Vasconcelos
Twitter: @sempreandre
Foi naquele dia que o silencio imperou.
Foi forte traiçoeiro trazia dor.
Aconteciam diversos lampejos que meu peito confortou.
Meus olhos respondendo e assim se declinou.
Com a velocidade da luz e mais lento que o próprio pensamento.
Outra vez ao relento na viagem o congelamento num momento propenso.
Inesperado aconteceu, meu peito adormeceu o coração acolheu.
O silencio ocorreu.
A noite parece trazer a impunidade e com ela vem o mau caráter.
O vento o frio peculiar do nosso bairro, coisa de momento.
Lá vem o carro em alta velocidade tentando invadir privacidade.
É comum nessa triste cidade ser invadido e agradecer por não ser penalizado.
Silencio, silencio.
Não corre, escuta se apavorar tem um revolver em sua nuca.
Espere, acredite é somente averiguação se não houve reação eles vão embora presta atenção.
Encosta todos os cinco não tem nada a dever eles revistam já eles voltam para o role.
Foi tudo muito rápido coisa de instantes e lá vão os quatro mais se eram cinco está faltando o vulgo (Preto) o neguinho.
Nesse tempo já não há ninguém na rua que possa ver, o neguinho ser levado sem ter nada a dever.
Pele escura, vida dura, para nós da comunidade um guerreiro, para a polícia diversão da madruga, para matar mais tarde a noite escura dos covardes.
Silencio e no peito uma bala que arde e mesmo que seja tarde esse não volta mais.
Os quatro correndo em disparada sem destino certo apenas fugindo da bala.
Se alguém viu, fingiu não ver e se a noite é de ninguém é menos um preto a sobreviver.
No silencio da madrugada os sobreviventes com calma se é que isso possível fosse sem alarde, e com a morte do preto que era preto não só no nome e que virou brincadeira dos homi.
Olharam-se entre eles e puderam concluir, porque mataram o neguinho e nos deixaram fugir.
Na mesma pergunta a resposta o nosso companheiro que trabalhava e que era um gladiador era NEGRO e os outros BRANCOS de cor.
E para mídia que insiste em dizer que o racismo acabou eu mando essa mensagem de dor.
Que a cada negro que morre o branco vira doutor.
Silencio, silencio...
Era o que dizia o apresentador, o negro morreu porque com ele droga se achou.
Porem todos sabem que a morte do gladiador da periferia tinha apenas um motivo.
E na comunidade morre nosso gladiador por conta da madrugada e por causa da sua cor.
E o silencio mais uma vez se calou...
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
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Sempreandré. Gostei cara este silêncio senti na pele e é assim mesmo. O meu silêncio só foi quebrado depois que sai da guarda, aí eu disse obrigado meu deus!
ResponderExcluirValeu!