O amor quer abraçar e não pode.
A multidão em volta, com seus olhos cediços,
põe caco de vidro no muro para o amor desistir.
O amor usa o correio, o correio trapaceia,
a carta não chega, o amor fica sem saber,
se é ou não é.
O amor pega o cavalo, desembarca do trem,
chega na porta cansado de tanto caminhar a pé.
Fala a palavra açucena, pede água,
bebe café, dorme na sua presença,
chupa bala de hortelã. Tudo manha, truque,
engenho:
É descuidar, o amor te pega, te come, te molha todo.
Mas água o amor não é.
Paulinha Kalantã
paulinhakalanta@ yahoo.com. br
quarta-feira, 16 de junho de 2010
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