segunda-feira, 3 de maio de 2010

Mãe de Periferia

Por Manogerman.

Na mesa do jantar sentada, contava.
Historias de um tempo, que eu não me lembro.
Lembro-me que sempre alertava.
Porque mãe é assim; cuida, ensina, ama e perde.
Como uma sina o filho pro mundo.
Mãe que perde os filhos para drogas e gravidez.
Outros por estupidez
Aconselha e tenta outra vez.
Mãe esta na hora da aflição e do perdão.
Com o coração apertado pra vida vai é mãe é pai.
Fez planos de papel quando se vestiu de branco.
O que ficou só foi o véu.
Agora a lembrança
O companheiro que só lhe espanca.
A labuta é constante, mesmo assim a vida ama.
Acorda todo dia.
Na manhã logo esta em pé.
Arrumar o filho pra creche.
Lava o rosto na água fria perto da pia.
Comprar o pão na venda do seu João.
Fazer o café, nem sente o gosto.
Vai à luta todo dia como doméstica.
De uma casa que nem é sua.
È doméstica é faxineira luta para ter
Dignidade a vida inteira.
Mãe de periferia cura todas as feridas.
Dos filhos envolvidos com o perigo.
O filho chora e grita.
Com o mau que pode acontecer.
Mãe nem dorme logo vem o amanhecer.
No prejuízo das coisas estranhas,
Sempre a lembrança da mãe.
No quintal a me olhar
Na noite com o luar sempre esta.
Na terra ou no céu.
Em ti sempre serei fiel.


Germano Gonçalves – O Urbanista Concreto.
(escritor)
ggarrudas@hotmail.com

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