Por: Samuel da Costa
samueldeitajai@yahoo.com.br
–E ai Silverinha, tem negócio?
–Não!Não tem negócio!Reponde o policial sem deixar transparecer emoção alguma e sem encarar o presidiário, de frente, que o inquiria. E se assim o fizesse, poderia notar a cara de desprezo, do detento, ao ouvir a resposta negativa e sair resmungando. Sentado, e jogando caxeta despreocupadamente com os demais detentos, o soldado Silveira, bem sabia que tipo de negócio aquele animal, do ‘’Marcelinho Serra-fita’’, queria tratar com ele. Também sabia que após a sua recusa, o próximo a ser inquirido seria o Cabo Bilac. O cárcere tem suas leis próprias, aonde o certo é o errado, e o errado é o certo. E fato de certos carcereiros jogarem com alguns dos detentos, era um misto de diversão e prudência ao mesmo tempo. O jogo fazia passar o tempo mais rápido, e na prisão o tempo era um caso à parte. E em um lugar onde os carcereiros estavam de uma proporção de um para dez em relação aos detentos, a jogatina para ambos era uma questão de sobrevivência.
– Bati! Grita o soldado Silveira e levando uma das mãos no cassetete e esquecendo uma da regras do presídio, o silêncio,
Samuel Costa contista em Itajaí - SC
quarta-feira, 26 de maio de 2010
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