domingo, 25 de julho de 2010

Alcoolismo

Por: Fanti Mano Humilde
fantimanumilde@hotmail.com


E ele disse que bebe pra esquecer as mazelas, mas as mazelas não diminuem
Sua vida piora e tudo fica nessa.
Bebe pra esquecer as dores, os desamores, pra espantar o fantasma da solidão.
Conseguiu como companhia cirrose e uma baita frustração.
E a bebida lhe trouxe o desemprego, conflito familiar. Quando menos se esperou a rua era o seu lar.
Nas noites frias a cachaça aquecia sua miséria, enganava a tristeza. Zuava a auto-estima que já não era mais a mesma.
Mó zica, outra vez quase morreu na paulada, não viu nem quem foi, pois muito bêbado estava.
Não trabalha, não sonha, não vive, apenas pede esmola, tão debilitado parou até de puxar sua carroça.
Esquelético, rosto é pés inchados. Mal consegue andar, agora ele bebe por que não consegue mais parar.
Perdeu tudo por causa da bebida, só lhe resta a sua vida e quantas vidas se perderão por conta da bebida?
É um trem desgovernado acelerando. Gente enricando com o sofrimento humano.
Sem forças pra se levantar, um gole de pinga, ao amigo ele pede. Com um olhar opaco, confuso, pede ao amigo que lhe serve.
Bebe de uma vez, sente o amargo de toda a vida, a cabeça tonta, gira, gira,gira.
Não entende por que a vida não está passando na sua mente como um flash, sente enjôos, dores. Pensou em como estava tão doente.
Quer pedir ajuda ao amigo, o copo cai da sua mão e espatifa no concreto frio.
Seus olhos já não piscam, o pulso já não pulsa. Coração sem batida é a vitória do álcool em cima de mais uma vida

www.twitter.com/FANTIMANUMILDE
www.myspace.com/fantisolo

2 comentários:

  1. Muito triste esta realidade!

    Gostei daqui. Voltarei mais vezes...

    Abraço poético!

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  2. Belo e triste texto, pois é tudo realidade, maldita desta cachaça que com o homem acaba.
    É como dizem: A cachaça é o diabo engarrafado.
    Valeu!

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