segunda-feira, 19 de julho de 2010

VER PRA QUE!

Por: Manogerman.


Vejo tantos carros.
Vejo tantas casas.
Vejo tudo que me acaba.
Vejo tanto dinheiro.
Vejo tantos lugares.
Vejo que eu nunca vou estar.
Vejo tantas pessoas.
Vejo que não vou cumprimentar.
Vejo de tudo um pouco.
Vejo que estou louco.
Vejo tanto amor.
Vejo que não vou amar.
Vejo tanta injustiça.
Vejo que vou estar vestido.
Vejo tanta impunidade
Vejo o dia da verdade.
Vejo só a maldade.
Vejo tudo.
Vejo todos
Vejo nada
Vejo algo.
Vejo o que desejo.
Vejo que não vou ter.
Vejo o que querer.
Vejo o que comer.
Vejo o estomago roer.
Vejo o que ler.
Vejo que não vou escrever.
Vejo o que procurar.
Vejo notícias.
Vejo jornais.
Vejo que vou vomitar.
Vejo que vou conquistar.
Vejo o que determinar.
Vejo a bola.
Vejo que não vou chutar.
Vejo que não vai acabar.
Vejo a igreja.
Vejo o bar.
Vejo a fonte.
Vejo o que beber
Vejo o que se vê.
Vejo que não posso ter.
Vejo você.
Vejo eu sem você.
Vejo o dia.
Vejo a noite.
Vejo o que muda.
Vejo a ilha.
Vejo o dia.
Vejo a nuvem.
Vejo a estrela.
Vejo a inspiração da beleza.
Vejo a certeza.
Vejo você chegar.
Vejo você partir.
Vejo as coisas mudar.
Vejo a vitrine.
Vejo vestimentas que não anima.
Vejo a passarela.
Vejo sonhos para ela.
Vejo o arco íris
Vejo gotas d’águas de chuva.
Vejo a musa.
Vejo a mulher sem blusa.
Vejo a beleza.
Vejo que não está a mesa.
Vejo a solidão.
Vejo um clarão.
Vejo que são dias em vão.
Vejo a vida.
Vejo anos de lida.
Vejo a morte.
Vejo o inicio da derrota.
Vejo o copo.
Vejo o porre.
Vejo o pobre.
Vejo que nada pode.
Vejo o preço.
Vejo que não vou contestar.
Vejo a pressa.
Vejo que não vou chegar.
Vejo a prisão.
Vejo a cela que vou estar.
Vejo o mundo.
Vejo a porta do fundo.
Vejo o garoto.
Vejo o futuro grandioso.


Germano Gonçalves – O urbanista concreto.
todasascoisas@ig.com.br

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