quarta-feira, 24 de março de 2010

Ser Nada e ser tudo – Parte I

SER TUDO. (Trilogia do ser)
Por: Manogerman.


Ser tudo ter todas as coisas.
Nascer, crescer, viver, envelhecer e morrer.
Nascer em um ambiente de paz, harmonia onde todas as coisas são maravilhosas.
Nascer em família de boa estrutura, saber o que quer no futuro e saber que ele será promissor.
Nascer em berço de ouro com chances de se ter todas as coisas ao seu redor.
Crescer junto de meninos e meninas das melhores qualidades sociais, brincarem com os melhores brinquedos, passear nos melhor parque de diversões, em fim uma infância de grandeza, sendo possuidor de muitos bens ou coisas de valor.
Crescer junto de pessoas de ótimas formações educativas, freqüentarem as melhores escolas, faculdades para ser tudo na vida um grande homem um respeitado doutor.
Viver cheio de glorias, conquistar o seu espaço na sociedade para ter as melhores oportunidades na vida.
Estar sempre se aperfeiçoando, desfrutando de melhores locais sociais.
Degustar o melhor vinho sempre bem acompanhado.
Caminhar firme e seguro em busca do príncipe ou princesa.
Melhor casamento, festa de arromba.
Melhor profissão de doutor a patrão.
Melhor moradia de casarão para mansão.
Melhor todas as coisas.
Jantar com caviar, uma senhora para lhe servir, outra para lhe acompanhar.
Ao se deitar em plumas ao se levantar em paetês.
Ao envelhecer em cadeira de balanço a pensar em todas as coisas, que jeito dar a estas coisas.
O tempo é uma coisa que vai passando.
Ser tudo com todas as suas coisas vai aproveitando neste determinado tempo, cada vez mais devagar, já sem aquela fortaleza.
Todas as coisas já são simplesmente coisas.
A coisa vai chegando num só silêncio vai tomando conta de todas as coisas.
A coisa chegou e o ser tudo de todas as coisas partiu.
Tudo está ajeitado cada coisa no seu lugar o que tiver de ser feito será.
Dormindo estava e dormindo ficou, as coisas acabaram deixando todas as coisas serem feitas sem opinar por coisa alguma.
Coroas de flores ao seu redor, o seu melhor paletó.
Multidão a chorar, lagrima nos rostos a ser enxugado com panos de cetim, o silêncio no ar a ser quebrado somente pelas respirações voluntárias dos seres que ali se encontravam por respeito ao ser tudo.


Germano Gonçalves (O urbanista concreto)
escritor

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